No dia 8 de março de 1914, Fernando Pessoa apresenta ao mundo três poetas diferentes:
Alberto Caeiro: um mestre bucólico.
Ricardo Reis: um neoclássico estóico.
Álvaro de Campos: um poeta futurista.
Fernando Pessoa estabelece um diálogo com diferentes personagens que não se conhece, ou seja, se dá em nível literário, de personalidade complexa, conseguiu encontrar a forma de expressão para cada eu existente no seu eu, com a criação dos heterônimos.
Em Álvaro de Campos, encontramos como constância temática a expressão da dúvida e a consequente angústia do existir. Vivendo poeticamente os conflitos que a modernidade lhe impõe, a questão da criação poética traduz, antes, um conflito íntimo, pessoal. A dor do viver migra para o escrever. A escrita, consequentemente, diz os dramas do existir. O fazer poético para Álvaro Campos é, em essência, a expressão dos conflitos intrínsecos à existência humana.
Por: Valéria Fragata
Por: Valéria Fragata